05 novembro 2007

112. Vento

Voas sobre mim.
Pairas a milímetros do meu corpo.
Quase que roças sobre mim.
Brincas e troças.
Excitas.

Sorris para mim,
esse sorriso só meu,
enquanto me fitas com esses olhos.
Gemes e murmuras
e eu sinto o vento da tua boca sobre o meu pescoço.

E eu sinto.

Tocas-me com a ponta dos dedos,
por entre vales e montanhas,
e o teu dedo sobre a minha língua.

Estás louco.
Estás descontrolado.

E eu agarro-te e puxo-te para mim
e rendes-te aos meus abraços e murmúrios
e nos sorrisos que só nós conhecemos.

111. Por todo o lado.

Eu sou a promessa que não conseguiste manter.
Tu és a mentira que nunca parece adormecer.
Andas confusa para além da minha compreensão,
cordado num pesadelo.
Eu juro,
tu prometeste amar-me para sempre.

Odeio estar aqui,
vivendo nesta tua luz,
sabendo que já não é minha.

Enjoas-me.

Eu amo-te.
Apesar de tudo isto...
Apesar de... e já não brilhas ao meu lado.
Mas tu sabes que não podemos ficar.
Qualquer dia
tudo vai seguir o seu caminho.

Eu juro,
tu dantes amavas-me.