07 abril 2008

124. A noite devora

Ela chega faminta,
a noite que me devora.
Roubando alma de mim.
A minha vida,
a minha esperança,
a minha inocência.

Basta-me olhar uma vez para os seus olhos,
aquela luz que está para além do alcance.
Oferecendo esperanças de meias mentiras.
As promessas de algo por nascer.
Como o toque de uma voz suave sobre as minhas ancas.
Formigueiros de sonhos,
que se vão alimentando e crescendo.

Até ao dia em que a noite chega faminta,
os devora e abandona-me aqui,
sobre esta cama, para sofrer sozinho.